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3º Domingo do Advento
Prudência: e nós, o que devemos fazer?
A Virtude da Prudência
A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir. «O homem prudente vigia os seus passos» (Pr 14, 15). «Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar» (1 Pe 4, 7). A prudência é a «recta norma da acção», escreve São Tomás (62) seguindo Aristóteles. Não se confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade ou dissimulação. É chamada «auriga virtutum – condutor das virtudes», porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida. É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente decide e ordena a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o mal a evitar.
Catecismo da Igreja Católica, 1806
Oração inicial
Pres.: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pres.: O nosso auxílio é o nome do Senhor.
Todos: Que fez o céu a terra.
Pres.: Já estamos na terceira semana do Advento: aumenta nossa alegria e nosso júbilo pela vinda do Senhor Jesus, que está cada vez mais próximo de nós. Vamos acender a terceira vela de nossa coroa de Advento. O Senhor está mais próximo de nós e nos ilumina cada vez mais. Abramos nosso coração, que muitas vezes está em trevas, à luz admirável de seu amor. Meditemos e peçamos a virtude da prudência.
Canto para acender a terceira vela (rosa)
Na terceira vela temos a esperança a crepitar.
Nossa fé se reanima é Jesus quem vai chegar.
No advento a tua vinda nós queremos preparar.
Vem, Senhor, que é Teu Natal, vem nascer em nosso lar. (Bis).
Oração
Leitor: Pedimos Senhor nos ajude a cumprir com seus mandamentos para poder nos aproximar de Ti durante toda nossa vida.
Todos: Senhor, atendei a nossa prece.
Leitor: Damos graças Senhor por nos deixar um caminho a seguir com seus mandamentos e pedimos que nos ajude a cumpri-los para preparar nosso coração para sua vinda.
Todos: Bendito seja Deus para sempre. Amém.
Preparação para o Evangelho
Este domingo é marcado pela alegria. De diversos modos a alegria a qual convida a Igreja é expressa através da pedagogia litúrgica: desde o tom das leituras que convidam a alegria, até a cor rósea dos paramentos que atenua o roxo dos outros domingos. Além do que a própria aproximação da Solenidade do Natal já sinaliza a alegria.
A voz do Precursor já se fazia bradar desde o deserto, para onde multidões estavam acorrendo para ouvir suas palavras e receber um batismo de penitência. Mas não se tratava de mero ritual externo, como talvez estivessem acostumados os judeus com as minúcias da Lei, e sim de verdadeira mudança de vida. Esta sabedoria que traduzirá a pregação em comportamento será ditada pela virtude da prudência, tão necessária na aquisição das outras virtudes assim como para não errar a direção do caminho apontado por São João Batista que é o próprio Nosso Senhor.
Evangelho (Lc 3,10-18)
Naquele tempo, 10as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” 12Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” 13João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. 14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” 15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”. 18E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a Boa-Nova.
Meditação: Prudência: E nós, o que devemos fazer?
A pregação quando penetra mentes e corações produz uma reação. E essa reação é vista na pergunta que voltará como um refrão na passagem do Evangelho hodierna: O que devemos fazer?
Na fala de São João estava também o desvelamento do pecado de cada um, como era a situação dos cobradores de impostos (cf Lc 19,1-10) que não obstante as taxas que deveriam administrar fossem já estipuladas pelo Império Romano, estes como gestores da cobrança, exigiam ainda mais, com o fim de enriquecerem-se à custa do povo israelita. E com os soldados, sem banir o princípio da autoridade rejeita o abuso do poder.
São João não repele as diversas categorias de pessoas que vem a si e tampouco apazigua por respeito humano o estado daquelas pobres almas, mas as tendo colocado diante do Juízo de Deus que estava perto. São João obrigou todas essas categorias de pessoas a mudar de vida porque sua palavra tinha um grande impacto e não se tratava de qualquer voz, mas daquela que precedia o Verbo Eterno.
O Precursor exorta seus ouvintes a que vivam uma vida virtuosa, pois é a virtude que torna bom aquele que a possui, e boa a obra que faz (Suma Teológica. q. 47. a. 4). A virtude é a resposta ao discurso moral, é a ressonância da sua pregação e da acolhida do Reino iminente por parte dos seus ouvintes. E faz-se nítido no comportamento e nas palavras do Batista assim como na orientação que dá a cada categoria de pessoas que a ele se dirige aquela que é nomeada auriga virtutum, isto é, a virtude da prudência.
Assim como sem a virtude da prudência é impossível orientar-se no caminho das demais virtudes, sem ela é igualmente impossível acolher e traduzir na vida o brado do Precursor: “Preparai o caminho do Senhor” endireitando as veredas, aplainando os montes e aterrando os vales (cf Lc 3,4-5). É ela que dá a sabedoria prática da vida cristã, proporcionando traduzir em atos os mandamentos da Lei de Deus e praticá-los sob a ação da graça.
Propósito para o Natal
Analisar os próprios atos, pedir a virtude da prudência e fazer algum propósito após análise e oração.
Oração final
Pres.: Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Oração à Nossa Senhora
Leitor: Doce Virgem Maria, cujo coração foi por Deus preparado para morada do Verbo feito carne pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de uma íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossas benditas entranhas, venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém.
Pres.: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Pres.: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Todos: Para sempre seja louvado!